Inside On The Road By Comida & Sedução Gastronomia na Ásia

 Inside On The Road By Comida & Sedução Gastronomia na Ásia

Nossa Insider Ana Beatriz, do Blog Comida & Sedução Gastronomia, visitou os principais países da Àsia onde a gastronomia e culinária local são consideradas as mais famosas do mundo e coleciona admiradores por todos os cantos do planeta.

Sua jornada por esse tour deliciosamente fascinante começa aqui e agora 👇🏻

Iniciamos nosso giro em solo sul-coreano por Seul, a incrível e monumental capital. A nação que escolheu o símbolo yin-yang para sua bandeira exala a dualidade entre antigo e novo, com seus templos e palácios monumentais e milenares encravados entre prédios modernos, assim como com as roupas tradicionais (hanboks) ostentadas por jovens de cabelos coloridos. As cores também abundam nas comidas, muito diferentes dos países vizinhos do extremo Oriente. Com estilo único, os coreanos estão no que podemos chamar de “Rota da Pimenta”, ao lado de Índia, México e Bahia. Haja papilas gustativas! Mas, reconheça-se, tudo com muito sabor. A culinária coreana vai muito além do bibimbap e do bulgogi, e adoramos o hábito de sempre servirem entradinhas – o indefectível e ardente kimchi invariavelmente entre elas – como cortesia. Espetáculo à parte é o churrasco coreano, que mescla carne de boi e frutos do mar para grelharmos à mesa. Sensacional intercalar os bifes com alguns camarões e caranguejos bem temperados. Tudo isso com o desafio de não dispor de garfo e faca. Além de usarem sua própria versão metálica para o hashi (“jeotgarak”), a carne se corta com tesoura! Ah, e quem estiver por lá não deve dispensar as cafeterias e confeitarias. São craques na arte de fazer doces e tortas. As de morango são sucesso absoluto! Além disso, o café expresso costuma ser incrivelmente bem feito. Uma grande curtição, que demanda alguns dias para cobrir minimamente.

A analogia não é muito apropriada, mas achamos Osaka a cidade mais “latina” entre as que visitamos no Japão. É menos formal e mais “bagunçada”, se comparada a Tóquio e Kioto. Foi o único lugar onde vimos lixeiros trabalhando na limpeza da rua. Não entendam mal, a cidade é limpa, limpíssima! Tanto assim que os garis não usavam vassouras, mas pinças, daquelas compridas de churrasco… Seja como for, o astral de Osaka é único – e muito divertido. A região de Dotonbori, frequentada por uma multidão animada, é multicolorida, luminosa, viva. Um cartão postal de metrópole oriental. Lá se pode comer coisas ótimas a preços mais acessíveis. Provamos sushis excelentes e diferentes a baixo custo, no esquema “esteirinha”, aquele Ferrorama gastronômico em que as opções passam na frente dos fregueses acomodados no balcão. Para o jantar, tivemos a sorte de encontrar um sukiyaki espetacular. E quem vai a Osaka não tem como não provar a especialidade da comida de rua local: o takoyaki, um bolinho recheado de polvo, feito com massa tipo crepe e servida com molho agridoce. São dezenas de vendedores no entorno do Dotonbori, apressados para dar conta das filas que se renovam enquanto mais takoyakis são feitos. Indo com crianças, ainda tem as atrações da Universal Studios e o gigantesco aquário da cidade, com impressionante diversidade de vida marinha. Lendo relatos de viagens, ficamos com a impressão de que Osaka é deixada em segundo plano por parte dos turistas brasileiros. Não nos arrependemos de dedicar ao menos um dia a ela!

Tóquio parece inesgotável. Dá a impressão de que não tem como um turista conhecer tamanha quantidade de templos descomunais e outros pontos de interesse. O xintoísta Santuário Meiji, do século XIX, é deslumbrante. O templo budista Senso-ji, o mais antigo de Tóquio, do século VII, igualmente imperdível. E um lugar especial na nossa memória afetiva está reservado para o também budista Zojo-ji, de 600 anos de história, onde passamos o réveillon mais diferente de nossas vidas, diante de uma bela cerimônia religiosa. A feição inesgotável da cidade se reforça ao considerarmos os arredores. O passeio a Kamakura é uma beleza, com seu Grande Buda (Kotoku-in) de 11 metros de altura, em bronze, emoldurado pela vegetação no morro detrás e um céu que não podia ser mais azul. Dizem que havia um templo no local, varrido por um tsunami no século XV, a que o colossal Buda de 93 toneladas resistiu, a aumentar a reverência que lhe prestam. Perto dali, outra joia nipônica: o templo budista Hasedera, com linda vista para o mar. Kamakura fica um pouco afastada de Tóquio e pede boas caminhadas. Como saco vazio não para em pé, demos uma quebrada no dia para provar uma das queridinhas locais, o “karê”, ou curry. No simpaticíssimo e aconchegante https://www.instagram.com/kyuyam_kamakura/, especializado na iguaria, comemos um ótimo karê de frango, bem picante, com arroz e picles de cebola, acompanhado por uma bebida de iogurte servida com gelo. Bela forma de repor as energias!

– Gostaram de ficar no nosso templo?
– Amamos.
– Não acharam muito simples, sem os confortos de um hotel comum?
– Não mudaríamos nada, não faz sentido ser outra coisa.
– Sim, acreditamos que tudo hoje está conveniente demais.

Insider Ana Beatriz

A hospedagem no templo zen budista Gyokuzoin, em Nara, foi um dos momentos mais especiais que já tivemos em viagens. A beleza do lugar é mesmo estonteante, com construções diversas no topo de uma montanha. Praticamente não vimos no Brasil referências a esse lugar. Consideramos imperdível. Hospedando-se lá, é possível apreciar o templo sem hordas de turistas. Além disso, podemos desfrutar de refeições típicas japonesas no jantar e no café da manhã, com pequenas porções de várias iguarias. Tudo simples, mas muito apurado e de extremo bom gosto em todos os detalhes. Os aposentos são espaçosos e despojados, bem aquecidos, com futons para dormir e quimonos como pijama, além de uma belíssima vista para a vegetação da montanha. Os banheiros são coletivos, com banho japonês. Sinceramente, para nós não faltou nada, e naquele local mais talvez fosse demais. A reflexão de nossa conversa de despedida foi válida: será que TUDO precisa ser tão conveniente?

Tem algumas cidades com milênios de História onde basta caminhar pelas ruas para praticamente tropeçar em monumentos impressionantes. Assim é Kioto, capital do império japonês por mais de mil anos, até a mudança para Tóquio no século XIX. Uma cidade modernizada e elegante que tem dezenas, quiçá centenas, de templos e palácios belíssimos, como o Templo do Pavilhão Dourado (Kinkaku-ji), o Kiyomizu-dera e o Templo das Raposas (Fushimi Inari-Taisha). Lá se veem algumas pessoas usando roupas tradicionais (quimonos), sem falar nas gueixas presentes no bairro de Gion. Pela proximidade de Kobe, é grande a oferta de wagyu, a mítica carne super marmorizada, dos bois criados a pão-de-ló. Se no Brasil o preço é proibitivo, lá vale a pena provar. É mesmo uma delícia! Pedimos uma opção com vários cortes da iguaria grelhados por nós mesmos na mesa, no ótimo restaurante Shin, próximo ao rio Kamo, terminando a farra com três sushis de wagyu (sim, sushis!). Digno de nota também foi o café da manhã em estilo nipônico no bom SH by the Square Hotel Kyoto Kiyamachi, onde nos hospedamos (é boa dica, dá para conseguir preço bem razoável se reservar com antecedência). Como de praxe, vinham diversas pequenas porções de pratos locais, incluindo sashimi, shabu-shabu e uma excelente missoshiro com mariscos. Ah, se estiverem na estação de trem de Kioto, provem o tonkatsu do restaurante Katsukura. É maravilhoso, a carne desmancha! Fomos embora de Kioto com uma certeza: é preciso voltar com mais tempo a essa incrível cidade.

Em Tóquio, tradição e modernidade se integram. A mesma terra que cultua seu passado é pop, tecnológica e cosmopolita. Raízes profundas proporcionam constante renovação de folhagens, florações e frutos – saborosos e coloridos. A gastronomia reflete esse aspecto essencial de Tóquio. A infinidade de pratos e lugares tradicionais convive com estilos e influências do resto do mundo. Não à toa, há tantos restaurantes estrelados aqui, seja de comida japonesa ou internacional. Para celebrar o réveillon, fomos nessa linha mais universal. Jantamos no restaurante do Hotel Niwa Tokyo, ornado por um lindo jardim. De entrada, um salmão semidefumado com ervilhas frescas e rabanete, seguido de uma sopa de cogumelos. Na sequência, um peixe perfeitamente cozido no vapor com redução de vinho branco. De prato principal, uma bochecha de boi guisada no vinho tinto, simplesmente sensacional. Encerrando com chave de ouro, um semifredo de morango com framboesa. É impossível enjoar de comer em Tóquio…


Vamos conhecer mais das verdadeiras delícias japonesas? Iniciamos a visita a Tóquio com incursões em lugares “root”, só frequentados por locais. Um barzinho de robatas e sashimis com variedades de peixe raramente vistas nos bons restaurantes nipônicos no Brasil (as espécies de sardinhas, cruas, são ótimas!). Destaque para a lula perfeitamente grelhada. Ambiente pequenino, informal, descontraído, clima de happy hour com jovens de terno entre canecas de cerveja e risadas. Que saquês, minha gente! Para o almoço seguinte, um rámen com cogumelos de tirar o chapéu, antecedido por uma entradinha-cortesia de ovas de “cod” (o peixe do bacalhau) bem picantes, deliciosas. Entre mímicas, gestos e palavras esparsas de vários idiomas, vamos desbravando o outro lado do mundo, com gratas surpresas que só vieram à mesa por bem vindos erros de comunicação 😉 Viajar é tudo de bom, e vamos continuar contando as delícias do outro lado do mundo para vocês.

Seguimos viagem para Gyeongju, sede do reino Silla e capital da península coreana entre os séculos VII e IX. A cidade é um museu a céu aberto. Embora não seja tão populosa, ela se estende por grande área e abriga joias milenares da arquitetura coreana. O templo de Bulguksa data do século VI (!) e pode ser normalmente visitado, com impressionante bom estado de conservação. Dali se pode subir de ônibus, táxi ou a pé (por trilha – é longe, precisa ter disposição!) a montanha rumo ao Buda de Seokguram, monumental estátua esculpida na pedra em cujo vão se abriga. A área urbana de Gyeongju também tem suas atrações, está repleta de tumbas de antigos reis, por baixo de pequenos morros cobertos de grama, sempre bem sinalizados. E os amantes de paisagens cênicas têm ir ao Lago Arapji, onde os templos iluminados à noite proporcionam visuais inesquecíveis. O desafio, no inverno, é aguardar o anoitecer ao ar livre, enquanto a temperatura desaba com rapidez. A gastronomia local é o picante estilo coreano que encontramos em Seul, com profusão de cafeterias bonitas que nos dão vontade de entrar em todas. De típico, a cidade tem seu próprio bolo, bem gostosinho, com grãos de feijão por cima, podendo ser encontrado em qualquer lugar. A Coreia é mesmo muito mais do que suas grandes cidades.

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Até a próxima! 😉

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Marcelo Neves

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