Pontapé Inicial

Antes de começarmos, gostaria de dizer o quanto estou feliz de poder trazer o tema da inclusão social para a realidade do segmento de Alimentos & Bebidas. Assim como será um grande prazer compartilhar histórias, informações e vídeos com vocês.

Sabemos que vivemos hoje um momento de modismo quando se fala do tema. O vemos em campanhas publicitárias, dentro das empresas, nas artes, nos discursos políticos, em reportagens, nas mídias sociais, até mesmo de celebridades. Mas independente de qual motivação e quanto cada um use essa “onda” para surfar, o importante é que o tema está sendo mais falado, então por consequência, está alcançando um maior numero de pessoas. E é claro que isso é maravilhoso, porque o tema é sim de grande relevância.

A ação da inclusão nada mais é que um exercicio de cidadania. Incluir as minorias, sejam pessoas com deficiência, mulheres, afrodescendentes, idosos, obesos, homossexuais, pessoas carentes (entre outros) é uma obrigação e que sim deveria ser feita sem esforço. Mas ainda é uma realidade distante e por isso a exploração do tema é tão necessária.

Eu, Michele, confesso que sempre tive um interesse no tema, mesmo antes do nascimento do meu filho. Mas foi em 2013 com a chegada do meu caçula Antonio, que eu realmente mergulhei de cabeça! E como poderia ser diferente? Com a chegada de um bebê com necessidades especiais, sem “nenhum aviso prévio”, a gente precisa buscar informação. Informação sobre problemas de saúde, limitações cognitivas, características físicas, comorbidades, cuidados, equipe multidisciplinar, profissional disso e daquilo, etc etc etc e tal. Ufa! Não é pouca coisa, e a caminhada é longa.

Engravidei do Antonio com 34 anos. A gestação e o parto foram tranquilos, todos os exames durante a gravidez também normais. Antonio nasceu de 38 semanas, no dia 14 de julho de 2013, com 3,440 quilos e super bem. O que não esperávamos era a notícia dele ter nascido com Sindrome de Down. Nesse momento você precisa reconstruir em algumas horas, ou talvez dias, tudo que você instintivamente idealizou. Para mim, e espero que não seja a realidade de todas as mães de crianças especiais, até a forma como uma noticia dessa me foi dada já foi de cara um processo totalmente oposto ao da inclusão.

Tentem imaginar: Você recebe seu filho e quando pensa que está o “conhecendo”…. não! Vem aquele clima, o choro, a familia, os médicos! E você precisa olhar e “RE”conhecer seu filho, e se conhecer novamente também. Pois desde que a informação da deficiência lhe é passada, você é automaticamente convidado a se sentar na sala gelada, distante e cheia de portas chamada “Exclusão”. Lá é onde você vai se resgatar e resgatar a identidade daquele filho que você sempre conheceu, desde sempre no seu ventre.

Então, longe de mim, querer escrever na nossa coluna Cozinha 21, com a expertise dos profissionais da área de psicologia, medicina, ciências sociais, pedagogia, entre outras. A minha intenção é compartilhar minha experiência e de tantas outras pessoas, asssim como a ligação da Inclusão com a gastronomia!

Afinal, quando falamos de comer e beber, falamos de prazer e entretenimento. Falamos também de cultura, de conhecimento, de oportunidade, de troca! Porque para incluir, precisamos simplesmente acreditar que somos iguais. Acreditar na inclusão!

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Marcelo Neves

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